Julião e julieta Casaram e ficaram unidos Como o casal perfeito Já estavam conhecidos Quando um ano completou Julieta começou Meter ponta em julião O povo com pena dele Dizia isso a ele Mais ele dizia não! Julieta minha nêga Ama é eu, somente eu. Que me ama até morrer Ele sempre prometeu Vão falar doutra pessoa Não da minha negra boa Deixem de ser demagogo E com nós ninguém se meta Pela minha julieta Eu ponho a mão no fogo. E julieta não parava De chifrar o coitadinho Era com cabra de fora Era também com vizinho Até com napoleão Que era irmão de julião Ela botou chifre nele Era feio o reboliço Todo mundo via isso Só que não via era ele Mas certo dia saiu Uma conversa no lugar Que no próximo mês da frente O mundo ia se acabar Quando ao rádio se ligava A notícia que passava Era só dizendo assim: Meu povo rezem vocês Porque no próximo mês O mundo véi vai ter fim! Quando ouvia a noticia Julieta começava A chorar que chega o pranto Pelo rosto derramava Julião dizia a ela: Ou julietinha bela Não chore benzinho meu Fique calminha por que Todo mundo vai morrer Não é só você e eu! Ela disse: Julião, Eu estou preocupada O mundo vai se acabar Não vai sobrar aqui nada E eu tenho um segredo Pra dizer, mas tô com medo, E com vergonha meu bem! Todo mundo disso sabe E antes que o mundo se acabe Tu tens que saber também! Julião disse pra ela: Qual é então o segredo? Pode me contar meu bem Sem cerimonia e sem medo! Já que tudo vai ter fim Conte o segredo pra mim Não me deixe curioso Você vai morrer comigo E eu morrendo contigo Morrerei muito orgulhoso! Ela disse: Eu vou contar E não vou lhe negar nada Porque não quero morrer De consciência pesada, Julião, com outro alguém, Eu traí você meu bem Aqui nessa nossa vila Perdoe-me se eu merecer Pra que eu possa morrer De consciência tranquila! Eu botei chifre em você Com uma outra pessoa E quero saber agora Se tu meu bem me perdoa! O mundo vai se acabar E se você perdoar Sua julieta amada Apesar do que eu fiz Eu posso morrer feliz Com a mente aliviada. Julião pensou um pouco Depois começou falar: Julieta meu amor Eu posso te perdoar Lhe dou sim o meu perdão De todo meu coração Conforme você pediu, Mas como esposa e amiga Pelo menos me diga Quantas vezes me traiu! Julieta se sentou Deu um suspiro sem fim E depois pra julião Começou dizer assim: Julião meu grande amor Não se enraive, por favor Me perdoe de coração Toda vez que eu te chifrava Detrás da porta eu botava Um caroço de feijão. Julião aí deu nela Dois abraços apertados Dizendo tu e teus machos Por mim estão perdoados Minha querida amada Tu vai morrer sossegada Porque te dou meu perdão Ai levantou-se dali E os caroços foi medir Deu dez quilos de feijão.