Observo a humanidade Na sua extrema grandeza Progresso e evolução Dando sinal de beleza Porém no meio tem coisas Que só nos causam tristeza Fico de alma surpresa Quando acabo de saber Que há um preso inocente Sem nenhuma crime dever Cumprindo sentença injusta E sofrendo sem merecer Eu entristeço ao saber Que uma filha deixa os pais No alvorecer da vida E se perde por bacanais Pra findar vítima das drogas Dos grupos dos marginais Me entristece demais Aborto premeditado Fruto de um encontro falso Saldo do amor fracassado Que nega o direito a vida A quem de nada é culpado Um homem desempregado Que órgão nenhum lhe assiste Vendo a família doente Alimentos não existe Sem lar, sem pão, sem dinheiro Tem razão de viver triste É triste a mulher que assiste Cenas tão horripilantes Quando o esposo viaja Para regiões distantes E vem conduzido pra casa Morto pelos assaltantes Entristeço nos instantes Que um nordestino chora Que a planta o Sol estorrica O gado a sede devora E se torna um judeu errante Que a seca botou pra fora É triste o cego que chora Com a barriga vazia Implorando uma esmola Pra seu pão de cada dia Ai passa um vagabundo E leva o que tem na bacia Eu fico triste no dia Que por infelicidade Morre uma mulher de parto Por faltar maternidade E deixa oito ou dez filhos Chorando na orfandade É triste pra humanidade Ver-se um pobre penitente Pedindo sobra na porta De um rico prepotente Que lhe solta os cães e diz Se afaste do meu batente Também fico impaciente Triste pedindo clemência Vendo um pobre doente Sem nada ter de assistência Morrendo à míngua sozinho Num quarto de indigência Choro vendo a violência Quando um governante erra E aí milhares de vidas São destruidas na guerra Pra sustentar no poder Quem quer ser dono da terra Lamento ao ver na terra O homem que se atreve Condenar seu semelhante Por uma culpa tão leve Sacudindo sacrifício Nos ombros de quem não deve