Eu casei com dez mulheres E, no entanto, eu vivo só Pois as dez foram piores Que sangue de procotó E eu vou contar pra vocês Sem nenhuma acanheis O que cada uma fez Comigo sem sentir dó Minha primeira esposa Passou cinco meses fora Chegou em casa buchuda Dum tal de zé da espora Mostrou o bucho pra mim E depois me disse assim E aí, achou ruim? Se conforme ou vá embora Minha segunda esposa Também me deixou na mão Começo logo um chamego Com a filha de João Ia pra festas com ela Dando abraço e beijos nela Foi viver ao lado dela A peste era sapatão Com minha terceira esposa Eu também não tive paz Ela saia com Zé Com João, Chico e Braz Com eles na companhia Ela passava o dia E a noite inda saia Com quinze machos ou mais A minha quarta esposa Não era mulher legal Aprendeu traficar droga Roubar e fazer o mau No tráfico estava no meio Roubando o que era alheio Foi morta num tiroteio Com a plicai federal Com minha quinta esposa A minha sorte foi pouca Um dia bebeu veneno Não morreu, mas ficou louca Com o veneno que bebeu O juízo ela perdeu Pegou uma pistola e deu Um tiro na própria boca A minha sexta esposa Não era mulher cortês Fazia amor no motel Com cinco homens ou seis Fazia amor todo dia Com muitos na freguesia E comigo não queria Fazer nem uma só vez Com minha sétima esposa Eu também fui engando Quando a levei para a cama Fiquei decepcionado Gelei da cabeça ao pé Não tive um prazer se quer Porque em vez de mulher A praga era um veado Minha oitava esposa Não era mulher de fé Vivia de bar em bar Enchendo a cara de mé Em nada me deu prazer Me fez muito foi sofrer Me deixou e foi viver Chefiando cabaré A minha nona esposa Para mim foi um azar Ela vendia galinha Na feira do Aguiar Jeito pra venda ela tinha Só que depois a morrinha Deixou de vender galinha Pra galinha se tornar A minha decima mulher Só fedia a mocó O seu corpo tinha grude Da cabeça ao mocotó Passava um mês sem banhar Sem sua roupa lavar E eu não pude aguentar Deixei ela, e vivo só