Eu assisti esses dias Dois touros grandes brigando Cada um mais furioso Ao outro enfrentado E aquele grande duelo Eu fiquei observando Os touros davam esturros Que pareciam trovão Rapava no chão os cascos Com tanta força então Que uma nuvem de poeira Se levantava do chão Era o touro Vela Branca E o velho touro Pardal Eles começaram a briga Dentro mesmo do curral Toraram a cerca e entraram Brigando no matagal Um no outro com a cabeça Dava grande empurrão Chega da venta saía Fumaça como um vulcão Devido os dois serem fortes Nenhum caia no chão Os dois touros derrubavam Galho de pau e madeira Onde passavam deixavam Uma estrada verdadeira Que parecia ter sido Feita com trator de esteira Toco, pedras e garranchos Nas pontas os bois levavam Marradas fortes e duras Esses dois touros trocavam Com tanta força que chega Cascas dos chifres voavam Onde os touros passavam Nada em pé ficava não Touco de raiz pra cima Ficava era de montão Como se ali tivesse Passado um furacão Os bois faziam barulho De assombrar gatos e gatas Batendo chifre com chifre E no chão batendo as patas Que com uma legua se ouvia A quebradeira das matas Dentro do mato os touros Continuaram brigando Torcendo moita e também Muitas árvores tombando Que de longe se escutava Estalo de pau quebrando Depois de mais de uma hora Daquela briga brutal Nem Vela Branca venceu E nem o touro Pardal Desistiram de brigar E voltaram para o curral