Na cidade que lampião chegasse Comandando a sua cabroeira Muita gente fugia na carreira Pra não ver nem se quer a sua face E aquele que o desfiasse Sofreria grande decepção De joelho pedia-lhe perdão Com uma mão para o céu outra no peito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião Lampião só andava bem munido Com bastante bala na cartucheira E um rifle automatiza de primeira Com o qual se sentia garantido Um punhal afiado e bem comprido Pendurado sob o cinturão De capanga tinha um batalhão Que fazia as coisas do seu jeito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião No momento que era respeitado Era manso que só uma ovelha Mas zangado igual uma abelha Quando era por alguém provocado Não mandava pra seu ninguém recado Ele ia resolver a questão A soldado tenente e capitão Lampião enfrentava peito a peito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião Lampião com a sua cabroeira Enfrentava qualquer uma guerrilha Não fugia da rota nem da trilha E nem era abatido na trincheira Valentão se sumia na carreira Quando via seu grande batalhão Por adulto, criança e ancião Lampião foi tratado com respeito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião Quando duma mocinha bela e nova Um capanga a honra lhe tirava Se ele fosse solteiro se casava Mas se fosse casado ia pra cova Lampião dava nele uma sova Pra deixa-lo embalado num caixão Defendendo a honra com a mão E com a bala desfazendo o malfeito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião Fazendeiro bem rico quando via Que a tropa na fazenda chegava Para o mato corria e enterrava Toda grana que ele possuía Quando a tropa passava ele ia Arrancar o seu dinheiro do chão Não achava o buraco e então Lamentava e chorava insatisfeito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião Na cidade ou dentro dos matagais Não temia cem homens em sua frente Mas um susto ele tinha somente Com a sombra de alguém vindo por trás Foi desposto foi valente e foi sagaz E só matava se achasse precisão Fuzilava qualquer um cidadão Que a ele mostrasse desrespeito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião Só quem pôde na vida amansar Lampião aquela fera maldita Não foi outro foi Maria bonita Por quem ele foi se apaixonar Que somente o amor pode amansar Qualquer cabra carrasco e valentão Mas os homens valentes do sertão Lampião os levava era de eito Por mais brabo que fosse o sujeito Se curvava nos pés de lampião