Quanta saudade Do meu tempo de outrora Estou recordando agora O lugar onde eu nasci Onde vivi Por muitos anos lá na roça Minha querida palhoça Nunca esqueço de ti Com esta saudade Eu estou contrariado Estou cansado de viver Para correr tanto na vida E na corrida Que eu tenho na cidade A vontade é de voltar Pra minha terra querida Rever de novo Minha casa onde eu morava Onde estava no cantinho Era um ninho de beleza E com tristeza Eu recordo como era Era um reino encantado Pela própria natureza Lá no sertão Era tudo diferente Pois a gente todas as tardes Ia pescar no ribeirão Até de longe A gente ouvia a cachoeira Desabar sobre a pedreira E fazia um barulhão As belas noites O despontar da Lua cheia Clareando a branca areia Formando um clarão Até dormindo Muitas vezes a gente sonha Com os bailes na colônia De sanfona e violão Eu despertava Com o cantar da passarada Anunciando a madrugada Porque logo amanhecia E o galo índio Que eu criava no terreiro Cantava lá no poleiro Anunciando o novo dia Como é triste Meu viver só recordando A saudade aumentando Para mim cada vez mais E muitas vezes Pra aumentar meu sofrimento Até no meu pensamento Vejo os meus queridos pais Para meus pais Meus irmãos vou escrever Pra mamãe quero dizer Que brevemente vou voltar Eu vou pegar Minha mala e bagagem Em breve estou de viagem Vocês podem me esperar Não adianta Mais viver no povoado Cada vez mais amolado Sei que nunca vou vencer Se eu ficar Sei que a saudade me mata Quero ver as verdes matas E é lá que eu vou viver