O Maquinista do Tempo Hoje embarquei bem cedo num trem na velha estação. Meu coração seguindo os trilhos em outra direção. O maquinista toca o sino do tempo, a Locomotiva já vai saindo. Vejo a cidade se despedindo. Sobre o solo destas terras cansadas, uma antiga mata viva morava. Um canavial tão amargo de se ver é o que sobrou. Um Ribeirão toca para o infinito, num batuque constante indefinido, numa melodia ancestral. Surgindo da pureza das águas em cada grão dessa estrada. O novo dia que sempre amanhece, as cicatrizes que sempre esclarecem que tudo está onde devia sempre renascer, no ventre do povo.