Tem gente, largada, cansada Sem brilho nos olhos, sem fé, sem paixão Tem gente com a alma acossada Chorando pros filhos migalhas de pão Sem rumo e sem direção Tem gente que tem a esperar Só o perfume das rosas do Jardim de Alá Me dói uma dor sem medida Por ver que o rebento da minha emoção É um desencanto da vida Um triste lamento do meu coração O mundo não quer tal canção E eu, o poeta a chorar Também sonho com as rosas do Jardim de Alá Quisera um canto que arrancasse Dos seus cárceres os homens E que tocasse no mais fundo a sua dor E sempre quando alguém cantasse Como por encanto, no Jardim de Alá As rosas se abrissem em flor