Quando eu nasci, nasceu comigo a minha dor Também nasceu o amor mas eu não vi, não vi E foram as canções que me fizeram ver A imensa poesia do viver, a intensa misteriosa maravilha De ser Eu sigo meu coração, sigo a intuição E não me engano mais, vejo além do que os meus vitrais De paixão me deixavam ver, e vejo você! Eu vejo Deus! Não, Deus não está no céu, Deus não está no chão Tá no seu coração, chame como quiser chamar Negue o quanto quiser negar, o seu clamor se chama amor Ah, os evangelhos dão a pálida visão Eu quero o calor das mãos Nenhum livro pode conter, o universo que um só ser Traz em si, e eu já vi... eu já vi! Vi um país se libertar ouvindo Gandhi jejuar Vi um Brasil ter o que comer, porque Betinho quis se envolver Vejo além do que os meus vitrais De paixão me deixavam ver, e vejo você! Eu vejo Deus! Vi Luther King se indignar Nelson Mandela não vi revidar Vi um Francisco nos consolar, Vi irmã Dulce não se acomodar Chame como quiser chamar, negue o quando quiser negar Esse clamor se chama amor, oh... Vi uma estrela a nos guiar, como um farol no escuro mar Vi os meus filhos a se abraçar mostrando ao mundo onde há de chegar Nenhum livro pode conter, o universo que um só ser Traz em si, e eu já vi... eu já vi! Chame como quiser chamar, negue o quando quiser negar Esse clamor se chama amor... Se chama amor!