Já é demais Tanta caridade E não se pode Transitar pela cidade Segunda-feira é do repolho Terça-feira do abacate Quarta-feira é da navita Quinta-feira é do tomate Sexta-feira elas preparam Mais um golpe inteligente E no sábado saem à rua Raspando o bolso da gente De todas as caridades Que paga o povo lampeiro O doente, o cego e o pobre Do cobre só sente cheiro Amanhã, dia do chifre Da cabeça do demônio Mais uma colheita gorda Em benefício do Petrônio