É pedra, é preciosa Solidez da criação É terra, tão caprichosa Onde se afirma a plantação Milonga é dura de se vergar Mas amolece no coração É fio de faca, argola de laço No aço do estribo, firmeza pra nós É bala que mata, é lata e cambona Bombilla pro mate, e um cantar de chorona Milonga é pedra! Milonga! Milonga é água! Milonga é ar! Milonga é pedra! Milonga! É Terra-mãe! É rio! Milonga é ar! É fonte de água pura Regalo pra se beber! É chuva nessas lonjuras E o tempo de renascer! Milonga que molha os tentos Faz corda nova pro trançador! Murmúrio de sanga, tirada de freio Campo encharcado e olho-de-boi É boa vertente, despeja no lombo Na calma do rio a enchente se foi! É ar que se respira! Espalha vida na imensidão! “Nos traz” bênção divina Bem lá de cima até o chão! Milonga leve que faz voar Cabelos dela, minha paixão! É nevoa serena, perfume de flor Vapor do calor de muitos verões! É cheiro de pasto depois do aguaceiro Aquele palheiro, e o fogo de chão!