Num ranchito de barro sapecado Lá donde a estrada esquecera de passar A moça era o púrpuro pecado O fruto cobiçado daquele lugar Azeitava o frescor das goiabas O cesto de vime sem nada a comentar Apenas colhia e remoia O coração do moço que acabara de chegar Quando desejo nos olhos do moço Que apojava vaca para o queijo preparar Estrábica vertigem nos seios virgens Onde a tez do tento era esguicho a viajar Os sonhos da moça no cobre do tacho Nadavam no caldo a ferventar Os sonhos do moço no coalho do leite Buscavam o deleite do verbo amar As curvas da moça afloravam o vestido Segredo escondido a desabrochar Os medos do moço lanhavam tecido E partiam dos dedos a desabotoar.. Doçura na boca, goibada e queijo Açúcar na língua, veneno e punhal De fatia em fatia, beijo a beijo Um amor febril, com pitadas de sal.(bis) Num ranchito de barro sapecado Lá donde a estrada esquecera de passar...