Tom: E

[Intro] E  B7
                                                                                 E                                                                              B7
Eu nasci como nasce qualquer vagabundo até hoje eu não soube quem foram meus pais
                                                                           E
Eu cresci nas tabernas ao som das garrafas pescando de linha na beira do cais
                                                    E7                         A
Se eu almoço eu não janto se janto eu não ceio pra mim é o bastante comer uma vez
                 B7                                                    E
Pra casa eu não levo nenhum desaforo eu visito a cadeia dez vezes por mês

 E                                                                     B7
Nas noites escuras se eu tenho dinheiro às vezes me enfio num grosso bifão
                                                                   E
Nas noites de lua me encosto na esquina tocando modinha com meu violão
                                                    E7                 A
Lá pra meia noite que o sono me aperta então eu me deito em qualquer lugar
              B7                                                      E
As pedras da rua são meu travesseiro e a porta da igreja me serve de lar

 E                                                               B7
Se saio na rua disposto a brigar todos se intimidam na minha navalha
                                                                     E
E assim vou vivendo sem era nem beira gozando as delicias da vida canária
                                               E7              A
Lenço no pescoço, cigarro no queixo chapéu desabado, viola na mão
                 B7                                                    E
Se encontro uma briga já vou provocando e se toco a poeira levanta do chão

 E                                                                         B7
Eu já quase apanhei por quatro indivíduos numa briga que eu fiz no bar do café
                                                                    E
Valeu a firmeza que eu tenho no pulso valeu a destreza que tenho no pé
                                               E7            A
Dei-lhe uma pernada que o chapéu voou era levantar e tornar cair
              B7                                                         E
Faço isso pra dar trabalho a polícia enquanto que a morte não lembra de mim