Hey, hey, hey, listen [Cesar MC] Entre juras de amor e o roxo no braço Tudo é tão falso, agressores que entregam flores no 8 de Março Causa massa, morte em massa, mísseis Vices, depressão em massa Mídia abafa como Marcos Vinícius É sangue nosso, fibra e suor, corri Será que agora cês entendem que eu não posso rir? Tudo é negocio aqui Por isso eu vim vomitar flow Pela quebra sim, fim de papo Pelo sangue na blusa de fato Sem desacato, sem sindicato Sim, vi de fato, nada muda o fato Que de onde eu vim nosso fim é sempre pá-pow Nosso povo não aguenta mais Uó, uó, uó, uó, uó Quanto à eleição, andaremos pra trás Enquanto a melhor opção for a menos pior Vim ser o flow da nova escola com aprendizado da velha O sistema caça o povo, fogo na assembleia Sem esquerda, sem direita, selecionando ideias O caçador só vence os lobos se repartir a alcateia Deus me fez livre demais pra viver preso em ideologia Que divide o povo e anda pra trás e no final, a hipocrisia Tô pelo respeito à periferia e pelo sangue dos pretos no gueto Menor que sonha em ser um David Guetta Mas quem vai ligar pra um Devido no gueto? Entre o fogo e o chicote, ficam nossas memórias Num país especialista em como deletar histórias Museu em chamas, o luto é sempre dobrado Na pele de quem já nasceu com o passado apagado Mas vão dizer que é vitimismo (haha), piada Que eu tô tentando rir há anos e não acho engraçada Dane-se o fórum, irmãos se foram na quebrada E se o sangue não cala o debate, eu não posso falar mais nada [Ducon] (Heyy, Ducon, Brainstorm) Hoje o menor chorou, mas a mãe não viu E o som do batidão virou o dos fuzil É pique Afeganistão, mas isso é Brasil Onde um levou facada e todo mundo riu São vários mano bom que tão passando frio Jogado pelas ruas nesse clima hostil E ao invés de contar notas pra ver quantos mil Eu abri o bloco de notas e escrevi um rio De sonhos, olho por olho, ódio por ódio Aguardo as cenas dos próximos episódios Tô cheio de fome de mudar o mundo Então nesse prato coloca mais sódio Tô me sentindo uma bomba relógio Capto a banca e explodo teu pódio Competições de quem é o melhor rapper Com vários moleques sem pé no primórdio, não, não Foda que é fato Deus é fiel e são poucos relatos Nego prefere mais falar da droga E se eu não falar dela, vão dizer que é chato Tudo abstrato, tudo esquisito Aqui tem feio que quer ser bonito Aqui tem pato que tenta ser rato E aqui tem pobre que finge ser rico Político, polícia e nossa nação Muitos querem tudo bom, mas tão na vacilação igual Se falta escola, falta educação Mas se falta caráter, hombridade não vai ter moral Vamo botar mais luz no coração Quem sabe um dia, irmão, nós possamos melhorar real Não vai ser Louconaro ou Luladrão Que vai dar solução se a gente não enfrentar o mal [Azzy] (Ahh) Como levantar bandeira? Como vou bater no peito? Se eles não ligam pra gente? Eles não ligam pra gente Como levantar bandeira? Como vou bater no peito? Se eles não ligam pra gente? Eles não ligam pra gente 021, 40 Graus, morre mais um na rua de baixo 190, Acionaram a polícia, eles deram tiro pra todo lado Ficamos de luto, chefe ficou puto Disse que ia ter volta É assim que começa a dor da revolta Não vai melhorar Só rezar não compensa Não vão me matar Minha fé faz com que eu vença Pra minha pequena, toda proteção Não me envenena com o teu discurso Eu tô por fora de alienação E contra vocês é forte o pulso Então vamo falar da faca que me ataca na madruga Dizendo que me mata se eu não tirar a minha blusa Vamo falar de morte, não Isso te assusta? Então tu não tá preparado pra ter arma na rua Eu taco fogo no pneu, fecho a rua Se o gigante não acorda, é melhor que cês não durmam Que cês não durmam Ainda é topo pelas minas e nosso corpo fede a ódio Eu avisei: Não tô fodida e tô tacando motherfucker Ô, motherfucker [Diomedes] Uh, o aprendiz, baby Coruja meu comparsa, o clima aqui tá insano Eu tô com o Minimanual do Guerrilheiro Urbano Tem vários espiões num aspecto de sono Mas o plano tá andando, o país tá precisando Muita gente perseguida ou sendo silenciada Muita liderança indígena, aldeia chacinada A ordem vem dos nossos líderes do oriente Mata o deputado pra não virar presidente Seu candidato é misógino, homofóbico e racist Parece que ele tem umas semelhanças com Hitler O homem ariano não é o super-homem de Nietzsche Nego, eu extraí ouro da porra da miséria de Recife Don Chinaski não é Ku Klux Klan Nem se curva perante um Deus branco Nessa gente eu meto [?] Don Chinaski, filho de Tupã Pareço um comuna, mas o bolso verde Eu vim pra São Paulo na porra da sede Pra mudar o jogo, pra fazer história Salvar umas vida pra comprar Mercedes Eu sou a porra da dualidade A rua e o livro, o livro e a rua Eu fiz de tudo pela minha cidade Eu fiz de tudo pela minha cultura Minha religião se chama favela E a minha missão é trazer luz pra ela Se for pra morrer, vou morrer nessa porra Tô nesse jogo no modo Mandela, pô!