Era um corpo, era eu Era a escuridão Era um, eram dois Eram mais de trinta caras Era louco, era rei Era meu irmão Era amigo, era um pai Eram um caminhão E ainda querendo que eu minta Lua cheia no céu e a constelação Vibração, fogaréu e um clarão na mata Iara, esse feixe de luz crivado de não É a conjuração que nos arrebata Iara Ira Iara Ira Iara Ira Quando somos todas quem encara? A sereia quando encontra a pomba-gira Exposta cicatriz Iara Ira Quando somos todas quem encara? A sereia quando encontra a pomba-gira Exposta cicatriz Eu sou a fúria de Iara Ameríndia, Janaina, Inaê, senhora Odoyá, mãe do tempo A filha da nova era que virá Nina feito água Minha voz peregrina pelo vento E revira semente sob a terra Alma em fogo que o movimento animará Iara Ira Quando somos todas quem encara A sereia quando encontra a Pomba Gira Exposta cicatriz Iara Ira Juliana, Julia, Eduarda Julieta, Drica, Bela, Carolina Maria, Beatriz Eu tenho dentro um rio Vivo fora do tempo e sempre lá Sei dos precipícios E reconheço dom de esperar Dura feito terra Minha voz madurando junto ao fogo Minha voz renovando feito água Minha voz acalanto o vento traz Quando não quero, não Coração, digo não Minha voz é clara Feminina, pedra rara