A garganta do mundo está ressecada, que sede danada, que fome sem fim É cobra engolindo a serpente esfomeada é faca afiada nas mãos do Caim É o ciclo do mundo olhando pro lodo em cima do globo equilibra e não cai O resto parece criança acanhada que vive entre lada na sombra do pai Poder e ganância assim se agigantam e a enorme garganta só quer engolir E o pobre caminha sem ter horizonte enquanto o gigante só pensa em subir E lá na floresta o dinheiro inteirando, vai tudo tombando sem vida no chão Vai um machadeiro matando o gigante na guerra constante da devastação Fumaça e queimada que tudo destrói, abala e corrói a estufa espacial E a garça e as aves cantando em coro pedindo socorro pro seu pantanal Poder e ganância assim se agigantam e a enorme garganta só quer engolir E o pobre caminha sem ter horizonte enquanto o gigante só pensa em subir Baleia azulada nos mares profundos percorre outros mundos por baixo do chão E o homem a persegue fazendo caçada, traz ela espetada na ponta do arpão E o que me preocupa nessa humanidade é a grande maldade sem ter coração O homem avançando vai se destruindo e tudo partindo pra grande extinção