Quando passa gingando / com o seu rebolado Ela deixa marmanjo / de pescoço entortado Ela usa um black / que silhueta! Geral admira / não se mete a besta A bateria atravessa / o surdo desanda Repique não se acerta / diretor não comanda O carro atropela / o trânsito para O sinal acende / mas ninguém repara A rua vira um caos / o povo fica doido Um tiro dispara / um preso é solto O atacante vai marcar / driblou o goleiro Desviou o olhar / e chutou pra escanteio As senhoras do pão / as periguete da praça As paty da barra / a nega ameaça Ela não esmorece / e não disfarça Mas parte pra briga / se fizerem uma graça No rosto desgosto, na mão uma peixeira No corpo uma bala apaga joão Um cheiro de morte, um grito de guerra Um fim de carreira de um valentão Não namora playboy / nunca quis ter carrão Não freqüenta boate / gosta dum negão Ela vai a igreja / depois cai no samba Bebe cerveja / mostra que é bamba Não aceita carona prefere pegar um táxi Desfilando no chão / tá nem aí pra destaque Ela pratica capoeira no final da tarde E às seis da matina sempre caminha no parque Ela come feijão, batata- fritas e carne Nunca teve celulite, estrias ou cáries Essa nega é porreta, é do balacobaco Não é dependente de nenhum péla-saco Quando se sente sozinha, arruma alguém E se ele a perturba, diz cai fora meu bem Uma mulher independente, bonita e feliz Cê pode olhar, admirar mas não é pru seu nariz