Mais um dia bom, ou dia ruim, em meio a Dráculas Vidas sem pé nem cabeça, vire a página Quantos passos são necessários pra perceber Que o presente foi roubado no passado, é só calcular Humano tem poder de vista É só enxergar, quantas pessoas dariam valor a isso Difícil nossa cultura de perda Com o pássaro bem longe que aprendemos a valorizar O ser humano é burro, era do tumulto Por ironia ou não apenas o desprezo é mútuo Filhos vivos de um aborto Missão ta falha, aborta Presos em gaiolas, o medo comanda o surto Solo sagrado e desrespeitado Me sinto forte mas estamos sós Entorpecidos de ilusão, de solidão Matamos quem nos dava vida A natureza se vingará de nós Tô flutuando, vendo além dessa fachada Além do médio corpo, além da falsa estrada O caminho em frente é fato que nunca vai ser o falho Pra quem fez a emboscada é claro que difama o atalho Eu nem sei quem sou Perdido entre personagens Sorrindo quando tô ódio, intriga em personalidade Jovem mortal, morto vivo na cidade Lado bom de estar morto é poder não ter vontade Saí de casa, voltei pra casa Rotina breve, quanto foi perdido? Desenho um Sol, escrevo a alma Vomito arte nesse tempo dividido Divisão, mente com corrupção com cédulas Alma e corpo, multiplicação das células Ruas sujas, porcos com corrente e pérolas Profetas de mortais traficando pílulas Sou ponto final dessas vírgulas Observei meu mais profundo, nunca me senti tão claro Pensamento circular, o ciclo, a volta Valorize o corpo, somos caros Cês tão cansado, são meia idade Eu tô mais forte, perto do Sol, a luz da verdade Minha carcaça não se difere do resto Gasto gestos, mas não gasto a integridade Na real, será que nós não tamo em Marte Feitos de refém ou como forma de descarte Há algum tempo eu já pensava nessa parte Carai Perin acorda que já ta tarde Acordo de pé, com o olho já aberto Isso nunca foi um sonho, somos feitos de iscas Abrace os prazeres enquanto ainda estão perto Sou jovem mortal, já tô morto então por isso o corpo arrisca Saí de casa, voltei pra casa, rotina breve quanto tempo foi perdido? Cada corpo é ilha, solo sagrado nesse oceano dividido