Perímetro Urbano

Sambas do Subterfúgio

Perímetro Urbano


Quando o baile incendeia, cavalheiro que bobeia
Por estar com a cara cheia, sempre fica com a mais feia

Moro na Mooca, não na Barra Funda
Você é feia de cara menina, mas é uma pessoa profunda
Moro na Mooca!

Desmanchei o meu noivado com Maria Carolina
O seu rosto era tão lindo, mas as pernas eram finas
Hoje estou realizado, tô casado com a Raimunda
Ela é feia de cara menina, mas é uma pessoa profunda

Dizem que você é feia, mas não ligo pra ninguém
Não me importa a fala alheia, cada um sabe o que tem
Eu remo contra a maré, mas meu barco não afunda
Ela é feia de cara menina, mas é uma pessoa profunda

Agora namora moça de família
Esqueceu-se da cartilha e foi morar no Jaguaré

Isso tem que acabar!

Isso tem que acabar, dissidente da noite, não frequenta mais boite, nem o bar do Gilmar
Ele é tão menino, ele é tão singelo, ele dá violino, ela quer violoncelo

Outro dia encontrei tão comportado e os sambas do passado disse pra gente esquecer
Que com ela são dois pássaros no ninho, mas se ouve um burburinho que é pura ilusão
À noite ela passeia com os meninos e quem ganha é o Rufino, dono da situação

Ela não quer, quem quer sou eu
Vive negando o que seu olhar prometeu

Não posso entender como uma rosa tem tanto espinho
Eu passo ela me olha, na hora H sai de fininho

Olhar malicioso de quem sabe o que provoca
De tomara-que-caia, quero que caia na minha toca

Não confunda o Brasil com os Estados Unidos
Pois tem uma diferença profunda
O americano gosta de grandes seios
E o brasileiro é louco por uma bola
Não confunda!

Cada louco com sua mania
A mania é a virtude da gente
Eu particularmente sou brasileiro, mas nem todo dia