Péricles Cavalcanti

Baião Metafísico

Péricles Cavalcanti


Eu vivo sozinho
Desde que era moço 
Pisando em espinho 
Chupando caroço

Com a cara marcada
E a pele no osso
Eu fito o infinito
À beira de um fosso

Romão da caatinga 
Simão do deserto
Eu vivo vagando
Meu rumo é incerto

Com a boca vazia 
Nem bem está cheia
Eu conto as estrelas 
E os grãos da areia