Escuto a cambona chiar, ao pé do fogo de chão Preparo meu chimarrão, pra ganhar o fim da tarde Concedo à mim a verdade, no calor deste braseiro Porque quando estou solito, meu mate é o meu parceiro Estendo a vista na várzea e no verde das pastagens Contemplo estas paisagens, que alambram meus caminhos De onde quebro os espinhos e retiro ensinamentos Onde purgo meus tormentos de viver em desatinos Talvez me sobre um cavalo num futuro que aproxima Pois faz parte da minha sina esta lida de peão No lombo passo o xergão pra depois de estar domada Deixar a alma acolherada na altivez do meu galpão Me vem a doce lembrança, que atiça os meus desejos Daquela que com seus beijos, cobriu-me de ternura Fazia bela figura, com seu jeito de princesa Mas deixou-me na incerteza, por pensar ser aventura Hoje repasso os planos, a cada romper de aurora Depois rumo campo à fora, pra espantar a solidão Disparo numa coxilha, pra sentir o vento na cara E esta pampa é quem ampara e aquieta meu coração Talvez me sobre um cavalo