Foi numa estância gaúcha, bem lá no topo da serra Que um moreno fronteriço, cru de ginete e campeiro Saiu metendo uma doma, num animal muy estranho Meio macho meio fêmea, égua filha da morena Estreita e de pouco tamanho Metendo a doma lá na serra Vem um índio da fronteira Te agarra bem no lombilho E ata só na soitera Quando troxeram do campo, aquela coisa franzina Foi motivo de risada, pois não tinha visto ainda Égua com jeito de macho, e massaroca na clina Guinchava feito cuiudo, e eu sem saber de tudo Disse doma esta rosilha Metendo a doma Depois de encerrar o matungo, e encher o bucho de bóia Aos poucos foi se endireitando, ficou que era flor de tropa Disseram puxa pra fora, bamo mete esta doma E já no tirar da cocheira, a égua era cru de matreira E deu serviço pra uns quantos Metendo a doma Já de rendilha na boca, e com o basto sobre o lombo Os companheiro agarrando, e a égua fazendo estrondo Pula o Macedo pra cima, e o bicho salta pegando Só se via a “lo largo”, debaixo da cola um cabo E o moreno enganchando Metendo a doma Hoje a égua tá domada, buenacha barbaridade Laçando e trompando boi, com os órgão pela metade Um buraco e um caroço, bem por debaixo da cola Rufiando a eguada, e quem olha ainda fala Eta égua Meia-Boca Metendo a doma