Lá na quietude do rancho Sem ter ninguém pra prosear Só me resta recordar A brabesa da lagoa A chuva de três ontonte Deixou as águas aflitas Oigalê coisa esquisita Que acontece aqui no Sul Em dia de temporal O pescador vai domando A canoa que com as ondas Se arrasta corcoveando Enquanto do outro lado Numa planura varzeal Um campeiro de à cavalo Chega puxando um bagual Os campeiros do Rio Grande Que vivem lá na lagoa Quebrando queixo de potro Ou tarrafeando de conoa Dentro d’água ou de à cavalo Cada qual com seu destino Bela Lagoa dos Patos Rincão de puro gauchismo Olha a pesca da tainha Olha o reponte do gado Olha o marreco entonado Lá no meio do arrozal Olha o baio rubicano Crioulo da marca grande Olha que rico semblante Dos campeiros regionais Quem conhece a região Sul De pronto logo confirma Lá se vive a mesma lida Desde os tempos de primeiro Carne buena, mate quente Tchê que tal vai um pescado De canoa ou de à cavalo Gaúchos eternamente