No sertão da minha terra, 
fazenda é o camarada que ao chão sedeu
Fez a obrigação com força, 
parece até que tudo aquilo ali é seu

Só poder sentar no morro 
e ver tudo verdinho, 
lindo a crescer

Orgulhoso camarada, 
de viola em vez de enxada

Filho do branco e do preto, 
correndo pela estrada atrás depassarinho
Pela plantação adentro, 
crescendo os dois meninos, 
sempre pequeninos

Peixe bom dá no riacho 
de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, 
conta histórias prá moçada

Filho do senhor vai embora, 
tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, 
deixando o companheiro 
na estação distante

Não me esqueça, amigo, eu vou voltar, 
some longe o trenzinho ao deus-dará

Quando volta já é outro, 
trouxe até sinhá mocinha 
para apresentar

Linda como a luz da lua 
que em lugar nenhum 
rebrilha como lá

Já tem nome de doutor, 
e agora na fazenda é quem vai mandar.
E seu velho camarada, 
já não brinca mais,
trabalha.