Este chão abençoado
Tão disposto a céu aberto
Esquecido pelo homem
Agora vira um deserto
São pedaços de riqueza 
Devorada como a peste
Veio a seca e tomou conta 
Do sertão do meu Nordeste

Seu dotô o quê que eu faço 
Pra acabar com tanta mágoa
Entre nuvens de poeira 
Tudo é seca e não tem água
Na cacimba só tem lama 
E o açude virou pó
Nos olhos daquela gente 
Corre pranto que faz dó

Minhas vaquinhas morreram
Meu jumento já se foi
Só resta lá na catinga 
A carcaça do meu boi
É assim que a gente sente 
Lastimando a sorte ingrata
Tenha dó da nossa gente 
E ajude um cabeça chata