Me ajustei de agarrador numa comparsa de esquila Se foi a plata na bóia não me ficou nenhum pila Chegou a safra do trigo me justei com outro patrão O patrão ficou mais rico meus piás com menos pão Repontei boiadas gordas para embarcar pelo trem No prato da filharada carne não tinha e não tem Tudo que sobra pra o rico comprado pelo dinheiro Passa de largo e não chega na guaiaca do chanqueiro O changueiro não é nada embora possa querer Faz tijolo, e não tem casa, se planta não vê crescer Trabalha quando dá vasa, vive sempre de arrepio Pega o tição pela brasa e o ferro branco pelo fio Do grande aparte da vida sempre lhe toca o pequeno Das rosas sempre os espinhos, das cascavéis o veneno.