Bagual Fui criado campo a fora sem cangaia e sem maneia Conheço bem o meu pago e alguma querência alheia Caborteiro e aporreado Sou lá do chão colorado pátria da terra vermelha. Sou bagual do queixo roxo, pescoço ruim de torcer Baleio os quartos e peleio pois não aprendi a correr Sou crioulo deste chão E me entrincheiro no facão se o diabo me aparecer. Cabrestear não cabresteio, me domar ninguém me doma Gosto de churrasco gordo e café preto na cambona Eu fui criado sem luxo Pois não sou destes gaúchos que dá tudo e depois toma. Assim carrego esta vida no lombo do meu destino Por que já trouxe de herança de ser gaúcho teatino O meu lenço é uma bandeira Sou da terra missioneira deste Rio Grande divino.