Já faz um tempo que eu não tento mais ligar a tv Por mais que eu procure não encontro nada que eu queira ver A janela me encara misteriosa e nua Por favor, não me pergunte onde estou Me perdi quando a minha nave pousou Ah, tudo o que eu queria era tv por assinatura Não quero mais Penso em tudo que ainda poderia ser feito De pensar morreu um burro, quem sabe isso não seja perfeito Ter a mente vazia por só um segundo Eu não pretendo que isso aconteça Abandonar-me para a demência E simplesmente naufragar dentro do meu próprio mundo Sem volta atrás Ando em círculos dentro do meu próprio quadrado O homem- de-neve diz que eu devo manter ele trancado Mas o que há lá fora? Indecisão! Escravos da mesma falácia Presos por uma algema d’água Perdendo a cabeça pois agora é ilegal dizer “não” O tempo faz Foi uma quarta-feira que eu nunca mais vou esquecer Direto da nuvem veio um homem fantasiado de et Ele disse palavras sobre o infinito Ele usava uma túnica branca Ainda hoje o seu sorriso me espanta Mas tudo o que ele disse foi de alguma forma distorcido Perdeu-se a paz Perdeu-se a paz Sem volta atrás O tempo faz Não quero mais