Não é tão fácil assim fingir um sorriso E andar por aí procurando um sentido Entre garrafas vazias e ruas tão velhas Com palavras amigas a gente se recupera De uma doença que na verdade não tem cura Mas o placebo é tão doce, você se acostuma A viver desse jeito sempre tão inseguro Rezando pra que amanhã não seja tão igual Mas é uma maldição essa esperança que você sempre me dá Dizendo: "Hoje não, quem sabe amanhã você possa me ligar... Pra dizer qualquer coisa, é que a tua voz me acalma" E assim abaixa a minha guarda Sim, você depõe minhas armas... Mas eu não me rendo e você desconversa E me atrasa, me adia e me esquece outra vez Acho que já passou da hora de juntar meus pedaços E abrir bem meus olhos pra poder ver A indiferença do céu com que o observa Suas luzes tão longe não dizem nada... E achei o meu conforto nas frases de um amigo Um homem tão confiante, tão cheio de si Que achou sua confiança quando descobriu que Tudo na verdade tem o mesmo fim E então refez sua vida e apostou todas as suas fichas na incerteza do amanhã E eu sei que não é tão fácil fazer essas escolhas, por isso eu prefiro acreditar Que o tempo conserta tudo e nos leva pra frente como naquelas histórias Que têm sempre um final feliz.