Nos lugares que eu ando eu escuto falando Lá vai o malandro, deixa ele passá Eu tenho amizade em toda a cidade O povo me invade pra nós conversa Se faço um gracejo, mesmo sem desejo E peço algum beijo se as mulher me dá Se ela recusa e um cabra me abusa Na lama da rua ele se lambuza Eu dou uma rasteira e faço ele pranchá Sou cabra valente, se eu vejo na frente Algum indecente mexer com mulher Eu perco o sentido e sou decidido Já logo convido pra brigar no pé Se o cabra é forte e a luta é de morte Em faca de corte eu não tenho fé Se esse canalha puxar da navalha Eu logo aplico um rabo de arraia E fico esperando se ele vié Assim vou vivendo, às vezes comendo Às vezes bebendo se eu tenho dinheiro Se eu não acho cama eu durmo na lama Sem ninguém me chama fico o dia inteiro Não sou vagabundo, não sou vira-mundo Nem chamo Raimundo, mas sou zambeteiro Este é o apelido que é mais conhecido O rei do malandro sempre decidido Pra brigar no pé sou cabra ligeiro