Relembrando minha mocidade, tempo bom não volta mais Boiadeiro, eu era valente na Mogiana eu fui capataz No Paraná já vendi boiada, que comprei no chão de Goiás Em mato grosso passei de viagem gostei muito de minas gerais Me lembro muito e tenho saudade da felicidade quando era rapaz Eu agora estou velho cansado, mas no tempo que eu fui moço forte Eu cortava esse meu Brasil, viajando do sul para o norte Sempre fui peão destemido, capataz e chefe de transporte Balançando na estrada empoeirada com mais de 1500 garrote Desmanchava do laço a rodilha se uma novilha fugia do lote Já quase na ultima viagem quis mostrar a ciência do laço Eu lacei um zebu na corrida, do cipó ele faz dois pedaços Esse bicho avançou furioso como raio que brilha no espaço Eu peguei esse bicho a unha e depressa lhe dei o compasso Foi nessa cena esquisita das moças bonitas eu ganhei muito abraço Hoje guardo esse laço quebrado como honra da minha destreza Por lembrança de minha viagem, do transporte, da minha proeza Eu laçava qualquer bicho ruim na laçada eu tinha certeza Hoje nada disso eu faço, já não tenho aquela destreza Ao ver hoje uma boiada , olho na estrada e choro de tristeza