Ao despertar da infância logo aos catorze anos Enfrentei o minuano de peito aberto ao relento Ouvindo gemer do vento, as manhãs brancas de orvalho Trazendo por agasalho um velho poncho cinzento. Troquei o laço de imbira, fiz um de couro de vaca Com argola opaca para aguentar o repuxo Uma arma de cartucho que me acompanha nos pampas Ganhei até a estampa de um bom tropeiro gaúcho. Fiz do cavalo um amigo nesta dura profissão Das trovas fiz oração nas estradas campesinas Cantando pras genuínas linguagens que o guasca usa Na lida quando ela cruza nas verdes plagas sulinas Assim eu vou tropeando por entre vales sombrios Dormindo em beira de rio, tomando meu mate forte Agradeço a minha sorte ao criador da existência Só deixo minha querência pela querência da morte