Ribeiro, ribeiro lento Teu desalento me causa dor Corres batendo nas pedras do teu leito Como bate o peito de quem tem amor Não chores tanto, transforme o pranto Num lindo canto, vibrante e sem par Se sentes mágoas porque tuas águas Vão pro rio grande nele despejar Esse coitado chora mais magoado Porque suas águas correm para o mar As nossas vidas, tristes pungidas São mal vividas como a do ribeiro Uns acham graça quando uma desgraça Bate estardalhaça á porta de um terceiro Esse coitado olha pro passado Vê que tristes fados correm o mundo inteiro