Lá no mourão esquerdo da porteira Onde encontrei você para despedir Uma lembrança minha derradeira E um versinho que nele escrevi Você, eu sei, passa esbarrando nele E a porteira bate pra avisar Você não lembra que sinal é aquele E nem sequer se lembra de olhar Aqui tão longe, eu pego na viola Aquele verso começo a cantar Uma saudade é dor que não consola Quanto mais dói, a gente quer lembrar Você talvez não sabe o que é saudade Uma lembrança você nunca sentiu Pois de esquecer às vezes tinha vontade Esta vontade o meu peito feriu No dia que doer seu coração Senti a dor que eu também senti Você, chorando, passa no mourão E lê os versos que nele escrevi