Maria Montanha Não tem alegria E veste de negro De noite e de dia Que a vida não corre Como pertencia E vive consigo Remoendo o mundo E fica sozinha Escrevendo e cismando Pois nada acontece Nem onde nem quando Maria Montanha Recusa de amor Reclusa no tempo Que o templo da vida Nunca acontecida Lhe causa estupor E à noite, secreta, Recomeça tudo E avança para o escuro E sobe à montanha Cabelos ao vento Boca de veludo E sonha com o mundo Diferente e distante Que nunca haverá Recitando ao vento As canções do amante Que nunca ousará Maria Montanha Maria distante Maria mulher Vestida de negro De negro vestida Para lá de Amarante