Sempre ouvi um zumbido infernal Demônios dentro na minha cabeça Sempre senti uma angustia bestial O diabo quer que eu enlouqueça Pro meu mau não havia mais remédio Minha vida era sempre um grande tédio Até que fui a uma encruzilhada Resolver a minha vida amarrada Na encruzilhada havia uma capela Frango de macumba, farofa, muita vela Achei uma garrafa de cachaça Bebi, comi e esqueci minha desgraça Ave Maria Chega de Graça! Vê ai outro gole de cachaça! Depois de matar minha fome e minha sede Fui me escorando de parede em parede Entrei na capela e vi a virgem Maria Ela me olhava como quem me conhecia Lhe ofereci um gole da pinga do cão A santa recusou com muita educação Convidei a santa com respeito pra sair E lhe apontei um bar na esquina logo ali Me fez prometer que ia fazer uma oração E me apontou umas moedas lá no chão Talvez ela estivesse entediada como eu Pois saiu correndo para o bar e me esqueceu Ave Maria Chega de Graça! Pede aí outra dose de cachaça!