Conversando com meu filho Na cerca do mangueirão Lhe contei uma passagem Do meu tempo de peão De um transporte de nelore Lá pras bandas de Rincão Quando eu penso ainda vejo Do povo do vilarejo Me fazendo saudação Pela proeza que fiz Foi o destino que quis E Deus estendeu a mão De Guariba nós saímos Pra fazenda Cachoeira Levando nelore puro Duzentas reis de primeira Zé Antônio e Cristiano E Tonho na dianteira Meus amigos de jornada Não enjeitava parada Três peões de cabeceira Eu viajava na Marqueza Não sabia que a surpresa Me esperava na porteira Lá na fazenda Pau D’alho Bem pertinho da porteira Uma tela de cachorros Surgiu junto com a poeira Que vinha detrás do morro Correndo caça ligeira Dois latido e a boiada Ficou toda esparramada Lá pra aquelas ribanceira Tonho chorou no berrante Eu pedi naquele instante Proteção a padroeira Um boi de tamanho grande Foi pro lado do povoado Eu seguia na Marqueza Com meu laço preparado O boi bufava de brabo Igual um leão machucado Quando a fera em desatino Ia atacar um menino Caiu desequilibrado De longe o povo aplaudia Com meu laço em três rodia Entre seus chifres cruzado A Marqueza sustentou Nelore em dia brabo Boiada foi reunida Demos conta do recado Muita gente perguntava O meu nome e meu estado Nasci aqui e não saio O meu nome é Zé Sampaio E fico muito obrigado A coisa que mais me inspira Uma viola e um bom catira E uma lida de gado