Fiz minha morada no Murudu Na beira do mato prá pouvir o Gaiú Ver piá o Macocu o Inhambu-Guaçu O silencioso cantar do Uru O inhambu-Chitã também o Jacu Escuta o miado do Canguçu Lá no pau mais alto está o Ridivu É da Araponga e o Tuano-Çu Naquela quissassas de Cariru Canta o Xororo e també o Anu A Perdiz no campo é que nem Peru Codorna de bando, igual Urubu Fiz minha canoa de Molungu Soltei na lagoa de água azul Que cortou sereno que nem Jáu Naqueles brejão canta o Cururu Cobra perigosa é o Jaracuçu Passarinho feio e tal Jaburu Garça no banhado faz Sururu Tentando apanhar algum Saguiru Farejando o ovo está o Tiú Jacará chocando com o "zóio" azul Com a cruz na testa vem o Urutu Andando de pulo o Canguru Voltando da pesca trago um tatu O Saborá cheio de Tambiú Um trago me faz ficar Jururu Na beira do fogo fazendo angu Assim levo a vida em meu Murudu Nem quero saber do tal Guatambu