Ontem parei na entrada da fazenda Rodei o filme de uma vida que vivi Revi as cenas mais bonitas que já fiz Respirei fundo, afirmei pra não caí Me vi de novo montado na padiola Cortando rua no meio do cafezal Meu pai gritando, vem Miranda, Beija-Flor Eu imitando bois queria ser igual E a colônia estava mais linda ainda Tão colorida nas flores dos flamboyans O mangueirão, o riacho e a paineira Os passarinhos que cantavam nas manhãs E o mangueiro, a porteira e o moinho E a escola, a igreja e o terreirão A serraria, o armazém e o velho bosque E o carreiro, a boiada e o carretão Veio a saudade, me atacou o desespero Ao pressentir que estou chegando ao fim Meus olhos tristes são as minhas testemunhas As minhas rugas poderão falar por mim O que passei quando eu vivia, oh! Que saudade Se eu pudesse gostaria de escolher Em minha terra no meu pedaço de chão Onde nasci também queria morrer