Sou um índio gira mundo Minha casa é um chapéu Durmo no colo da noite E o meu cobertor é o céu Eu me chamo pé na estrada Pra aqueles que me conhece Onde tiver gente boa O índio velho aparece Não tenho cara de santo Nem a cara do diabo Se me aperta sou mais liso Do que vara de quiabo Não quero amigo cachorro Prefiro cachorro amigo Cascavel quando se enrola É a hora do perigo Sou amante das estrelas Porque sempre estão sozinhas Eu adoro todas elas Mas não sei qual é a minha Abri a porta do mundo Com a chave da natureza Carrego muita saudade Mas não gosto de tristeza Montar em touro e cavalo Sempre foi minha paixão Ganhar aplauso do povo Numa festa de peão Quando gosto de uma fêmea Não escapa do meu laço Um peão apaixonado Sempre tem mulher nos braços