Sobre o cavalo, a passo lento No pensamento vai guardando essas paisagens Sua boiada, vai conduzindo Se despedindo do estradão nessa viagem Lutou com o tempo, e foi vencido Pros destemidos, também chega a idade Já nasceu forte, pra essa lida Jamais na vida teve infância ou mocidade Vai, vai boiadeiro Tocando os bois nessa última jornada Vai, vai boiadeiro Ver sua história se acabar no fim da estrada Os bois caminham, obedientes Vão inocentes encontrar o seu destino E o boiadeiro vai revivendo Tantas histórias que viveu nesses caminhos No seu berrante, das notas tristes Compõe chorosas melodias e lamentos Com os mugidos vão doer tanto Vão derramando sobre o pó seu sentimentos Vai, vai boiadeiro Tocando os bois nessa última jornada Vai, vai boiadeiro Ver sua história se acabar no fim da estrada As folhas secas, cheias de orvalho Saltam dos galhos pra brincar na ventania Redemoinhos, Sol e poeira São companheiros do peão nas pradarias Serão lembranças, de um ofício Que o progresso tirou toda serventia O boiadeiro, e a boiada Recordações pra se ver em fotografias