Com muito respeito senhor presidente Venho novamente implorar a atenção A vossa excelência e seus constituintes Que disse o seguinte na última eleição Que financiaria os homens da roça Trazendo proposta com o aval da União Nós acreditamos em vossa promessa E agora o que resta é a decepção Eu sou brasileiro também patriota Mas sinto revolta e indignação É tanta injustiça, tanta impunidade E a sociedade com discriminação Só tem o poder sonega a receita Nem mesmo respeita a constituição Senhor presidente, sou homem da roça Por que vira as costas ao povo do sertão? Senhor presidente, sou analfabeto Mas pode estar certo que sou a raiz Do verde amarelo do nosso Brasil Sou luz e pavio do nosso país À vossa excelência peço, por favor Dê ao lavrador uma manhã mais feliz Porque o roceiro está na falência E a nossa existência está por um triz Presidente, o meu sítio ganhei de herança Dei em confiança no financiamento Plante a cebola, arroz e feijão Batata e algodão, perdi cem por cento O gerente do banco está uma fera E quer minhas terras que são meu sustento Excelência, não julgue minha pretensão Mas julgue a razão do meu sofrimento Senhor presidente, és um ser humano No cotidiano todo mundo erra O erro é humano, o perdão é divino E o meu destino o Senhor que encerra Se não financiar o arroz e o feijão Eu perco o meu chão e o senhor me ferra Se der a semente pra mim semear E Deus me ajudar não serei um sem-terra