Seu moço esse rosto cansado Retrata o passado da ingratidão São marcas dos velhos janeiros De um grande guerreiro com a enxada nas mãos No Sol quente queimando as costas Mas tinha resposta do solo do chão No plantio trabalhava pesado E o grande ordenado era a produção Com papai, mamãe e os irmãos Lavrava o chão do imenso sertão Papai sempre no pé do eito Gigante perfeito na direção A tulha sempre lotada E na invernada gado de montão No terreiro os bandos de galinha E as porcas de cria enchia o mangueirão Mamãe logo cedo de pé Socava café no velho pilão E o mano descia a estradinha Com a lenha sequinha pra assar o pão Papai pitando cigarro Sentado na porta do terreirão Quando a tardinha caía Tinha pescaria lá no ribeirão Assim nós vivia feliz A sina assim quis pai adoeceu Chegou a sua hora O velho foi embora, foi morar com Deus Mamãe ficou aborrecida Muito entristecida também faleceu Do mundo de realidade Só ficou saudade neste peito meu