Viajando na saudade Fui até a minha terra No amanhecer do dia Cheguei na casa da serra Abri a velha porteira Passei dentro do curral Aonde vi esquecido Pelo tempo corroído Meu cavalinho de pau No terreiro onde brinquei Parei em frente a porta Ali meu cão perdigueiro Festejou a minha volta No banquinho de forquilha Sentei, descansei os pés Foi um momento de graça Quando a branca fumaça Vi sair na chaminé Foi uma manhã tão linda Igual tantas lá vividas Na varanda da cozinha Estava mamãe querida Em volta da grande mesa Vi papai, os meus irmãos Comendo bolo de milho Pra depois pegar o trilho Pra cuidar da plantação Quando vi aquela cena Confesso não aguentei O meu pranto desabou De contente eu chorei Mas ao jogar minhas malas Foi dura a realidade Não fiz nenhuma viagem Tudo que vi foi miragem Do passado na saudade