Se bastasse cantar com ternura Pra acalmar esses dias Em que os homens perderam a doçura De cantar morreria Mas quem sou eu? Mas quem sou eu? Simples cigarra Em que a voz é escrava Da melodia Se bastasse a canção da esperança Pra inundar de alegria A tristeza de nossas crianças De cantar morreria Mas quem sou eu? Mas quem sou eu? Um peregrino na estrada Divina da poesia Se bastasse cantar compassivo Pra aplacar a agonia Nessas terras de gente cativa De cantar morreria Mas quem sou eu? Mas quem sou eu? Simples agente da estrela regente das sinfonias Ë preciso muito, muito mais gente cantando É preciso muito, muito mais É quase um esforço sobre-humano Pra conseguir mudar os planos É preciso muito, muito mais gente cantando É preciso muito, muito mais Cantar a paz no mundo inteiro É quase um esforço derradeiro Se bastasse cantar com brandura Pra estancar a sangria Pro universo viver com candura de cantar morreria Mas quem sou eu? Mas quem sou eu? Simples cantante das noites orantes das liturgias É preciso muito, muito mais gente cantando É preciso muito, muito mais Cantar, cantar que ainda é tempo Uma canção sem sofrimento É preciso muito, muito mais gente Cantando Ë preciso muito, muito mais cantar com o céu, Com os movimentos, Cantar com a luz, com os elementos Enquanto espero Sigo cantando, e cantando e cantando Eu vou vivendo