Escute o que eu tenho pra lhe dizer Porque tudo não passo pra você Eu sei o que eu quero, eu sei o que eu faço E se me amarrarem eu vou e desfaço todo o meu laço Pois como ele já dizia: "a palavra é toda minha" Poluição no coração, eu quero um pouco de ar Pois tudo o que faço é pra você enxergar Por isso que você não entende Quando eu me desamarro e sigo nessa estrada de barro Ninguém, ninguém me segura não Eu vou pra lá, eu volto pra cá. Eu ando pro lado, eu ando bem rápido, bem devagar Eu falo o que eu penso, não tô nem aí O que você acha? Vai, vai ser feliz. Poluição no coração, eu quero um pouco de ar E tudo que eu faço é pra você enxergar Você não quer nem ver, você não quer nem escutar Filhos, nós, bonito, poluição, mulher, barriga pulsa o semém na contra-mão. O beijo, a flor, o ver, o carrasco, a dor, o pus, a floresta, todo mês cachaça, lua, sol, sol, sol. A Terra tem amor, o mar tem o seu calor. Antigo, novo, tudo tosco, tudo velho, tudo de novo. É, eu procuro e nunca acho. Eu quero ver, quero seu telefone, tomar sorvete, ler poesia, ir pro sertão, pegar vento, costurar a sua boca então, ver Jesus Cristo, ouvir um som, comer o que Deus me der, ver TV, produção, produção, produção aos olhos. Eu vou pra lá, eu vou pra lá...