O enterro da cidade Já está pra começar Trovoada, tempestade Mata o povo, toda essa massa viva! Quem tem medo, vai embora Quem não pode, senta e chora O que se vive aqui é bem pior do que se fala O vento do litoral Já não chega aqui igual Me diz aonde já se viu Tanta gente inconformada Por ser de lá Do sertão Lá do serrado Tem nada errado Eu quase não saio Quase não falo E carrego o fardo Por ser de lá Do nordeste brasileiro Sinto o Sol o ano inteiro E nem posso reclamar de nada Quando chove eu me acalmo Me protejo do mormaço Pois se eu adoecer Não tem remédio preu tomar E por isso eu me oponho A quem nos governa errado Achando que a gente é gado Me oferecendo capim Me oferecendo capim Meu povo não é burro assim Eu sou a mosca que pousou em sua sopa Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar