Quando o inverno chegar Solidão rarear Sombra de medo esfarelar-se O mundo ainda estará no mesmo lugar Se cansando de errar e matar Herdamos o cansaço da coragem Disfarçado de felicidade Pintado de azul cor do céu As veias abertas Sagram nas ruas Com lacinhos dourados e azuis À espera do menino Jesus Na placa da esquina Exibem um nome Não é de quem ergue o mundo A rua transpira outro suor Sentado à mesa está A indecência e a moral Planejando a vida normal Herdamos o fracasso sem vontade Embalado numa imagem Importada e esquecida ao léu As portas abertas Esperam a luta Que um dia há de entrar E nesse tempo todos hão de sair Sentado à mesa está A indecência e a moral Planejando a vida real Ao sentir a vida o sangue levanta Irriga a fúria nessa cor sem idade Pintam o Sol que arde o futuro