Com o vagar da sombra na lonjura Que a tarde entorna sobre o descampado, A distância prolonga-se e perdura Para além deste tempo limitado. Vem de longe o aroma a terra pura Repetir as lavoiras do passado E eu sou a mais estranha criatura Sobre a terra que sonha o céu estrelado. O poente põe luzes na cidade, Mas a cidade nem sequer supõe A luz dolente que o poente encerra. Nada me sei, todo me sinto e há-de Ser sempre assim que o sol quando se põe Me põe a mim a prolongar a terra.