Pasmado no ventre do mundo Vagueio ao leme dos tempos No giro da rosa-dos-ventos Procuro um caminho fecundo. Presente, passado, futuro. Sou a morte, a esperança, Que me planta, colhe e avança Vitórias que alguro... Velejando na esperança Dum segredo ser desfeito Fiz do medo segurança Reclusado no meu peito. De querer e não poder Fiz do sonho meu viver Entre trilhas de procura Encontrei sua ternura. Nasci para morrer mas vivi. Lutei contra mim e venci. Vou cantando pela vida A imagem da paz Já não sou mais esperança Sou esperado pela hora andança, Momento que canta, que dança, Que me faz crer neste viver E não morrer de sofrer Só por sofrer. Ela, meu mundo amante. Lá fora agonizante. Pasmado no ventre do mundo!...